terça-feira, 15 de abril de 2008

Sobre mulheres, videogames e reportagens manjadas...

Reportagem na G1 fala sobre os casamentos e os videogames

Mulheres que disputam
a atenção de seus namorados e maridos com jogos de futebol, carros, aeromodelos e outros "brinquedos de adulto" não é algo raro de encontrar. Mas quando elas disputam a atenção com o videogame, o tema fica bem mais "moderninho". No entanto, o assunto é sempre tratado da mesma maneira, tendo como base características de consumo de 15 anos atrás.


(Quem falou que é só homem que joga videogame?)

A notícia apresentada pelo site G1 (notícia aqui) mostra algumas mulheres descontentes por disputar a atenção de seus maridos com os games. Não aprofundarei esse tema, que é um pouco bobo para falar a verdade. Mas da reportagem destaco 3 coisas como "bastante curiosas", que são freqüentes não apenas nos textos dos jornalistas que se metem à falar de videogame, mas também na maioria dos estudos acadêmicos à respeito:

1) A Celina tem 42 anos e suponho que seu marido tenha uma idade aproximada. Ele joga XBOX 360, um dos videogames de última geração.
Se as pessoas acima de 20 anos estão jogando videogame, porque temos ainda a imagem de que videogame é coisa pra criança?

2) Por algum motivo, temos a percepção de que há menos mulheres jogadoras do que homens. Mas, seguindo as sugestões da reportagem do G1, entrei no orkut e verifiquei que a 3a comunidade com mais participantes ao procurar por "video game" é a "garotas que jogam videogame" (31.499 membros). Uma visitinha nas outras comunidades, de nome menos direcionado ao sexo como "eu adoro videogame" (34.531 membros) mostra que tem tanto homem quanto mulher. Porque ainda temos a imagem do gamer como um homem?

3) Na reportagem, note o comentário do psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu. Notou? Sim, é igual à todos os outros. Os videogames são o demônio, o mal da contemporaneidade. "O videogame é uma forma de escapismo que acabará com o casamento", ele diz, como se não houvesse tantas outras formas de escapismo muito mais "clássicas" do que um videogame, como uma noite num bar ou um prostíbulo. Já entrei em contato com muitas reportagens nessa estrutura e ainda tenho esperança que essa necessidade de culparmos os sintomas e ignorarmos as causas (quedão mais trabalho pra encontrar) um dia acabará. O próprio meio acadêmico está lotado de pesquisas que, quando abordam os jogos, se refere ao impacto do uso do videogame na educação ou na saúde da criança, o que nos faz voltar ao ponto 1.


(me pergunto "porque alguém usaria o videogame como forma de escapismo?")


As coisas que me incomodam

Estão aí três pontos que me incomodam toda vez que vejo uma reportagem sobre videogames. E sobre eles tenho 3 comentários:
1) Videogames foram posicionados como brinquedos para as crianças à partir da segunda metade dos anos 80 pela Nintendo quando entrou no mercado americano. Mesmo com a morte dessa publicidade, a imagem se mantém; (Clique aqui para ver a 1a propaganda do NES nos Estados Unidos. Dá pra perceber que é pra criançada?)

2) As mulheres formam um conjunto significativo de jogadoras, um público-alvo já explorado pela própria Tec Toy na segunda metade dos anos 90, mas a imagem que a maioria esmagadora é masculina se mantém;

3) Os repórteres sempre entrevistam os mesmos médicos e os mesmos professores que sempre tem as mesmas opiniões à respeito dos videogames. Assim como grande parte dos estudos acadêmicos sobre o tema, as reportagens seguem sempre o mesmo padrão e não se preocupam em oferecer uma percepção nova ao leitor - e que não é tão nova, e também não é algo que mereça tanta investigação. O fato dos videogames serem pensados e construídos como mídia batem na cara de repórteres e acadêmicos a todo momento. Já estou cansado de ler o mesmo texto, sempre refogado.


Acredito que os estudantes de jornalismo, na faculdade, tem alguma orientação do tipo "quando falarem de videogames, sempre entrevistem um profissional que fale à respeito de educação ou saúde". Temo que o meio acadêmico não seja diferente.


(Caso sua namorada/ esposa não gosta de videogames como você, não fique preocupado. Continue dando chocolates, elogiando o cabelo, falando que está magra etc. e vai levando...)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Sonhem, gamers

Essa montagem digna de Desencannes representa o sonho de todo bom nerd jogador de videogame;



As mulheres podem até gostar de videogame. Mas isso já é absurdo.

Abaixo, uma imagem para quem está procurando uma namorada que goste de videogames



Encare isso como um voto de "boa sorte"...

sexta-feira, 11 de abril de 2008

A história dos videogames!

O projeto é antigo, mas a proposta é nova.


(o meu projeto não é tão antigo quanto o primeiro arcade eletrônico da história. A mocinha da foto está uns 30 anos mais velha hoje)

Já faz algum tempo que eu estudo os videogames. Por volta de julho do ano passado, decidi reunir toda a informação que encontrasse à respeito da história dos jogos eletrônicos.

No início...
A idéia original de organizar essa linha do tempo envolvia a construção de um jogo. Eu, como roteirista, Hugo Sakai, programador de jogos, e Allan Escobar, como desenhista, construiríamos um jogo baseado em RPG Maker que contasse toda a história do videogame. A proposta era testar que era possível "educar" através do uso de um ambiente virtual.

No entanto, o projeto ficou grande demais para que pudéssemos sustentá-lo sem verba. Cada profissional precisou dar foco na sua carreira, assim como eu precisei abandonar muitas coisas em prol dos estudos do mestrado.


(uma imagem da versão beta do nosso jogo, programado por Hugo Sakai. No caso, contava-se a história do Odyssey, o primeiro aparelho de videogame)


(Os gráficos do jogo estavam sendo desenhados, pixel por pixel, pelo Allan Escobar. Um dos cenários, uma sala de aula, tinha um professor que se assemelha muito a um famoso herói da história dos videogames)

Agora!
Ao fuçar nas pastas dentro do meu computador encontrei a linha do tempo que montei para servir de estrutura de roteiro de jogo. Usarei como base para identificar momentos na história que são importantes para compreendermos o contexto desse universo dos jogos que conhecemos hoje, envolvendo os Gamers (quem são e como eles se formaram), estratégias de marketing e comunicação das empresas envolvidas, referências de jogos "clássicos" usados como base para advergames etc..

A linha do tempo está longe de ser completada... é um trabalho lento e gradual.

Se você tiver alguma informação ou crítica a algum momento descrito, sinta-se à vontade para comentar e ajudar!

CLIQUE NO LINK "LINHA DO TEMPO" PARA VISUALISAR A HISTÓRIA DOS VIDEOGAMES, DA SUA ORIGEM ATÉ 1889 ATÉ 1986

terça-feira, 8 de abril de 2008

XBOX E A UNIÃO DAS GERAÇÕES - Um videogame moderno e uma coleção de jogos antigos



Hoje, os videogames de ontem.

Atari 2600, NES, Master System, Mega Drive, Super Nintendo, Playstation, 3DO, Neo Geo, Sega CD, Game Boy, CP500, MSX...

Existe uma grande chance de você conhecer alguns dos nomes apresentados aí em cima. Mais que isso, é provável que tenha passado bons momentos com amigos e família se divertindo com joguinhos eletrônicos para eles, como River Raid, Enduro, Pac-Man, Sonic, Mario, Prince of Persia, Doom, Tetris...

Se você ainda gosta desses jogos e tem até vontade de jogá-los novamente, existem dois caminhos bem claros para se seguir:

· Comprar o videogame original usado por alguém.

· Baixar os emuladores da internet.

A escolha da primeira opção te trará a felicidade de ter algo muito próximo da experiência original que você teve quando entrou em contato com o aparelho na primeira vez. Mas junto dessa experiência, vem um monte de fios, de cartuchos e controles cheios de mal-contato, o que provavelmente jogará um pouco de limão azedo nas doces memórias que você tinha sobre seu querido videogame. Além disso, prepare-se para investir algumas horinhas da vida “garimpando” os jogos que você quer em sites de leilão, lojas especializadas e feirinhas de eletrônicos usados. Ter o videogame original não é tão difícil quanto parece, e nem tão caro quanto se imagina. Mas seguramente exige tempo, tanto para encontrar o que se procura quanto para cuidar e restaurar os aparelhos.

A segunda opção só é válida para quem já tem um computador em casa. E, de preferência, que tenha bastante espaço em disco. Afinal de contas, baixar jogos é tão viciante quanto baixar músicas pela internet, com a diferença que muitos games ocupam gigas ao invés de megas. Mas o maior problema de jogar pelos emuladores está na interface: jogar pelo teclado é péssimo, principalmente se a sua esperança é ter uma experiência de jogo próxima do que tinha anteriormente. Os joysticks de computador podem resolver o problema, mas configurá-los para que funcionem bem nos emuladores (e em cada game que você jogar) é uma tarefa que testa os limites da paciência de qualquer ser humano. E se você não tem um computador... bom, comprar um PC apenas para jogar games clássicos não é uma opção muito barata.

Existe um equipamento que você pode adquirir para jogar qualquer videogame clássico que deseja. O melhor de tudo: esse equipamento é um videogame! O nome da maravilha é XBOX

(Reportagem que fiz para a Jogos 80TV sobre essa belezinha)

O Videogame definitivo para quem gosta dos clássicos

Surgindo no mercado no final de 2001, este foi o primeiro videogame da Microsoft. Como era de se esperar, o comportamento do aparelho não era tão distante de um computador – tanto que foi o primeiro aparelho a ter uma HD, um disco onde pode-se gravar dados dos jogos, programas baixados da internet etc.

Não demorou muito tempo para que alguém descobrisse como criar programas para o videogame, ampliando (e muito) a proposta original do console. Parte dessa ampliação veio da criação de emuladores de jogos antigos, que permitem que qualquer clássico, de diversos sistemas diferentes, sejam jogados em um mesmo aparelho, bastando tê-los dentro da HD do XBOX.

Existem emuladores para PC que foram adaptados para funcionar no XBOX e aqueles que foram criados especialmente para ele. O importante é a variedade de opções que existem – vão desde os jogos de Atari 2600 até Nintendo 64. Ele tem até emuladores de MS-DOS e de fliperamas! Considere também todas as vantagens deste ser um bom videogame:

· Imagem – Muitos videogames clássicos, originalmente, eram ligados naquela caixinha escrito “TV/ Antenna” que deixava o jogo com chiado e o noticiário cheio de sombras. Quem não tentou resolver o problema grudando uma palha de aço na ponta das antenas, que atire o primeiro Bombril! O XBOX, como todo videogame recente, é ligado na entrada de Áudio/ Vídeo que qualquer televisão de hoje possui. Para quem quer ir além, o aparelho também possui cabo de S-Vídeo, que proporciona uma imagem ainda melhor.

· Jogabilidade – Há quem já está acostumado a jogar pelo teclado de um computador. Mas afirmar que é melhor que um joystick é um absurdo! Principalmente quando falamos de jogos programados para o uso dos controles. Os fãs de Street Fighter sabem o quão difícil é soltar um “Hadouken” pelas teclas. Além do mais, o videogame tem entrada para até 4 Joysticks, o que é muito útil para quem quer reviver as tardes de fliperama em Shopping Centers jogando Simpsons, Tartarugas Ninja, X-Men, Sunset Riders...

· Espaço em disco – Jogar através de emuladores no computador é divertido, mas um dia sua coleção de jogos vai começar a ocupar mais espaço em disco do que deveria. Afinal de contas, um computador é usado para outras coisas também. E são essas outras coisas que disputarão cada byte da HD à cotoveladas com os seus games. A única coisa que pode disputar os 60 Gigabytes de espaço da HD de um XBOX são... mais jogos!

(Ainda há a opção de aumentar a HD do seu aparelho [qualquer HD IDE serve! - Dica do André Forte, uma referência no jornalismo de games no Brasil] ou fazer as gambiarras para, por exemplo, instalar um leitor de DVD no console. Clique aqui para saber mais)


(Se você é mais High-Tech, pode instalar um acesso à rede sem fio no seu aparelho. A verdade é: existem montanhas de tutoriais desse tipo espalhados pela rede. Clique aqui se quiser deixar seu console online)

· Extras – característica comum dos videogames modernos é ter a função de “vibrar” em seus controles. E o do XBOX não fica pra trás. O mais divertido é que alguns emuladores permitem que os jogos utilizem a função de vibrar do controle, mesmo que o videogame original não possua tal função.

· Custo – Se compararmos o preço de um XBOX com o custo de se ter todos os videogames que gostaríamos para jogar os clássicos ou o custo de um computador que suporte diversos jogos, a brincadeira sai relativamente barata – algo em torno de R$ 450,00.

Existem alguns probleminhas na busca pelo seu aparelho: não existe mais no mercado, novinho, à venda. Você terá que apelar para os sites de leilão e lojas especializadas. Além do mais, o console não vem com esses programas dentro dele – você terá que pegá-los emprestado de alguém que já tenha (em CD, por exemplo) ou baixá-los da internet. Se você já tem um computador em casa, encontrar o aparelho à venda e os programas para jogar os clássicos são problemas que se resolvem com uma boa busca na rede.


Definitivamente, clássico!

Há quem considere o XBOX como o “videogame definitivo”, já que é um console moderno, que tem até acesso à internet e ainda pode ser facilmente adaptado para rodar os jogos de diversas gerações diferentes. Há um pouco de exagero nessa expressão, porque nada se compara à experiência original, de jogar certos jogos no seu próprio “nintendinho” ou no fliperama. Jogar os clássicos é como ver um álbum de fotografias: o amarelado das fotos faz parte de uma experiência nostálgica. Mas dentro das possibilidades de revivermos bons momentos, o XBOX se apresenta como a melhor das opções.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Não é N-Cage, É N-Gage, seu jegue!

Não foi com essas palavras, mas o sentido foi bem próximo.

A matéria que fiz à respeito do novo portal de games da Nokia foi bombardeada de comentários negativos dentro da comunidade gamer, onde quase fui chamado de burro. E por motivos lógicos: o nome do aparelho não é N-Cage, como estava escrito ao longo de todo o texto, mas sim N-Gage.

Notem que o próprio site da Americanas.com escreve o nome do aparelho com a letra C, como eu fiz anteriormente. Além disso, escrever o nome "N-Cage" no Google remete também ao site oficial do produto.

(Viu, viu?? Na mesma página, tem os dois jeitos escritos!)


Isso dá uma pista de um provável problema de comunicação: não sou só eu que chamava o aparelho por outro nome, mas uma quantidade suficiente de pessoas para até mesmo receber o direcionamento automático do Google para o site oficial. Talvez parte da revolta da comunidade gamer venha exatamente da quantidade de vezes que o aparelho tem sua pronúncia feita de maneira errada...

De qualquer maneira, os publicitários e comunicólogos de plantão podem ficar de olho na Nokia por algum tipo de campanha "educativa" caso o produto dê certo, ensinando seu consumidor a pronunciar o nome correto, como fez a empresa BenQ tempos atrás e que você pode acompanhar os resultados nesta notícia.

Abaixo, o vídeo que ficou em segundo lugar. Merecedor de Cannes! XD

sábado, 5 de abril de 2008

N-Gage vira portal de jogos da Nokia

Os fãs de videogame devem se lembrar do lançamento da Nokia em 2003 chamado N-Gage, um híbrido de videogame portátil que também era celular.

Diferente do conceito que temos hoje de "joguinho de celular", ou o jogo eletrônico produzido para o aparelho e distribuído como um serviço extra da operadora, a proposta era fazer um videogame portátil como os PSP ou Nintendo DS, mas que tivesse a função de telefone celular.


(N-Gage, o videogame portátil da Nokia. O produto não deu muito certo: foi descontinuado em 2005, apesar de ainda encontrarmos jogos para o aparelho)

Mas a idéia não!
Apostando no aumento de consumo de jogos via celular, a empresa lança com o mesmo nome o seu portal de jogos!


(N-Gage agora é o nome do portal de jogos para celular da Nokia!)

Segundo notícia da G1, a Nokia já vendeu algo entre 10 e 15 milhões de aparelhos no mundo inteiro que tem acesso à esse portal.
Veja abaixo quais são os aparelhos.


(Se você tem um desses, é uma pessoa um pouco mais feliz à partir de agora)

A G1 também aponta que o mercado de jogos de celular está estável, mas com tendência ao crescimento. Hoje vale 3,2 bilhões de dólares. Isso pode justificar o investimento da empresa nesse mercado, que já tem como parceiros ou fornecedores algumas das grandes indústrias dos jogos, como a Eletronic Arts, que desenvolvem títulos são diversos. Alguns deles são bem conhecidos pelos Gamers como Fifa 2008, Brothers in Arms, Sims 2, Worms, Tetris...

Tentei puxar algum jogo para fazer comentários, mas apenas os usuários dos celulares podem ter acesso. A empresa disponibiliza um software que permite a conexão do celular no PC de maneira que você possa usar as funções do aparelho portátil no computador, incluindo os jogos. De qualquer maneira, se você não é cliente, está fora da brincadeira!


(Alguns dos jogos oferecidos para clientes. "Só pra clientes? Aahhh...")

Nem todos os títulos estão lançados, mas há claramente o planejamento de crescer em quantidade e em qualidade. O site da UOL jogos publicou notícia no ano passado sobre a Capcom, grande indústria produtora de jogos, e seus possíveis lançamentos para o N-Gage (o aparelho). Talvez devemos esperar que ela faça jogos para o portal, como Resident Evil, Street Fighter, Mega Man...

Se você tem seu aparelho N-Gage, esqueça. Ele não tem acesso ao site.
Terá que se contentar com as promoções do varejo eletrônico, que fazem promoções enormes para se livrar do encalhe. Espero que o mesmo não ocorra com o portal da Nokia!


(De R$ 109,00 para R$49,90!! É impressão, ou estão querendo se livrar desesperadamente disso?)

Essa notícia foi mais uma dica de Igor Bento, mestrando em comunicação social. Valeu rapaz!

OBS: Essa notícia passou por correções, graças à reclamações da comunidade gamer. Veja o motivo aqui