terça-feira, 16 de outubro de 2007

(Complemento) Conquistando as Japinhas!

Logo depois que publiquei a análise do advergame japonês, li isso no Blue Bus:

"Mais Unilever | Querem q campanha com enfermeiras sexy seja cancelada
08:46 O sindicatos das enfermeiras na Espanha pediu à Unilever para cancelar a campanha de internet 'Bom, Chika, Wah, Wah', do desodorante Axe. Diz que as peças banalizam a imagem das profissionais de saúde e denigrem a imagem da mulher. A acusaçao é contra o site experimentoaxe.com, onde e mulheres vestidas como enfermeiras sexy apresentam o conteudo do site foto abaixo. Segundo noticia do El Mundo aqui, em 2002 a marca enfrentou problema semelhante - o Colegio de Medicos denunciou comercial em que uma medica nao conseguia se conter diante de um adolescente seminu que usava o produto. 16/10 Blue Bus"

Ok... e daí?
A campanha da Axe é mundial. Isso significa que existe um posicionamento, uma imagem de marca comum, que envolve o produto independente do lugar que ele esteja do planeta. Feitas as devidas adaptações (as colegiais japonesas e as enfermeiras espanholas) o conceito se expande para qualquer cultura. Afinal de contas, erotismo é uma linguagem que funciona em qualquer lugar.

Existe uma desvantagem em tudo isso - você vai deixar algumas pessoas chateadas.

Para alguns, a campanha da Axe é ofensiva porque transforma as mulheres em "objetos de desejo". Eu acredito que já passamos da época de discutir o papel da mulher na sociedade, porque elas já conquistaram seu espaço. Mas entrar nesse assunto, como a Unilever entrou com seu produto, é pedir para gerar algumas controvérsias.

Ok... e daí??
Exatamente... e daí? Não existe um posicionamento universal, onde todas as pessoas verão as marcas como o reflexo perfeito de todas as personalidades do mundo, apaixonante para todos os seres do planeta. Ao contrário, quando você diz "quem é", também afirma "quem não é". Está claro que o perfume Axe não é algo que uma mulher dará de presente para seu namorado... Não é o perfume que você dá para o seu avô... E também não é o perfume que as mamães passarão em seus filhos antes de ir para a missa.

Isso acontece também com quem lida com jogos. Clientes não gostam quando as pessoas se organizam em comunidades online para falar mal do jogo que envolve a sua marca. Mas isso só se torna problema quando a quantidade de pessoas que reclamam do jogo é maior do que aquelas que gostam dele... e essas últimas não costumam falar muito. =p

Isso é um problema?
Para a Axe? De jeito nenhum.
Quando os grupos se mobilizaram, ofendidos por uma empresa grande como a Unilever tratar a mulher em suas campanhas como "objeto", estão de certa maneira afirmando que isso existe mesmo. Então não existe o desejo por enfermeiras? Pela colegial japonesa? Pela mulher atirada? Ao se sentirem "publicamente ofendidos", tenho a sensação que estão dizendo "Pô, Unilever... até você?"

O único cuidado que se espera da Unilever é que, ao continuar com suas campanhas masculinas, ela não entre no vulgar.

Qualquer brincadeira é assim - tem gente que ri e tem gente que fica nervosa... ;-)

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